A importância da Arte - Noções Básicas

Se pensarmos na importância da arte, perceberemos que estamos cercados dela. O mais interessante é que a arte proporciona interação ampla com todas as atividades do ser humano, que vão desde atividades espirituais até ações da nossa própria. A importância da arte esta precisamento no fato de ser praticamente impossível dissociá-la de qualquer atividade humana que parametriza o "ser arte". Quando estamos diante de uma obra considerada 'arte', seja um livro, música, poema, escultura e etc., é interessante notar o poder comunicativo que nos é proporcionado. Este fato certifica que a arte é universal, não só no âmbito humano, mas no seu próprio universo.

Tomando por base as primeiras civilizações, que dedicavam um tempo para sua arte pragmática, podemos concluir que centenas de anos não foram suficientes para descaracterizar a essência daqueles povos. Ao nos deparamos com as pirâmides do Egito, por exemplo, sentimos claramente o teor ímpar dessa forma de arte. A importância da arte também esta no fato de possuir em sua estrutura a História do mundo. Hoje sabemos que a escrita não é o único fator necessário para discorrer sobre a História de um povo, a vida de qualquer sociedade também pode ser entendida pelas suas construções, artesanato... Enfim, pelo seu legado cultural que é também visto como arte.  

Não existe um conceito pronto para definir 'Arte. Cada pessoa, ao pensar numa forma de arte, tem seu conceito individual. Ao longo do tempo, foi unanimidade pelo menos desde o período clássico grego, associar arte à beleza. Alexander Baugarten foi um estudioso das artes no século XVI, ele cunhou o termo 'belas-artes' influenciado pela junção de arte e beleza, levando ao que conhecemos hoje como 'estética', no sentido de representar coisas e objetos que traduzissem beleza. Devemos lembrar que o belo é um atributo individual que faz parte da personalidade dos indivíduos particularmente, nossa estética é diferente das demais pessoas. Não existe explicação para a arte, pois apenas sentimos. Músicas, quadros, construções, poemas, teatro... Como podemos explicar as emoções que essas formas de arte nos causam?

A evolução do homem esta intimamente ligada a evolução das artes, desde o domínio do fogo o homem paralelamente trabalhava a sua arte, seja a arte e lidar com animais, de cultivar a terra, de confeccionar utensílios para o dia-a-dia, sempre aprimorando mais. É aí que esta o significado da arte: habilidade, capacidade de criação, de fazer. Um indivíduo que dispões desses condicionamentos, é apto a ser denominado um 'artista'. 

Segue abaixo o texto de Ferreira Gullar, 'A beleza do humano, nada mais'. 
O texto discorre sobre a função da arte.


"A beleza do humano, nada mais", por Ferreira Gullar*

Confesso que, espontaneamente, nunca me coloquei esta questão: para que serve a arte? Desde menino, quando vi as primeiras estampas coloridas no colégio (que estavam muito longe de serem obras de arte) deixei-me encantar por elas a ponto de querer copiá-las ou fazer alguma coisa parecida. Não foi diferente minha reação quando li o primeiro conto, o primeiro poema e vi a primeira peça teatral. Não se tratava de nenhum Shakespeare, de nenhum Sófocles, mas fiquei encantado com aquilo.
Posso deduzir daí que a arte me pareceu tacitamente necessária. Por que iria eu indagar para que serviria ela, se desde o primeiro momento me tocou, me deu prazer? Mas se, pelo contrário, ao ver um quadro ou ao ler um poema, eles me deixassem indiferente, seria natural que perguntasse para que serviam, por que razão os haviam feito. Então, se o que estou dizendo tem lógica, devo admitir que quem faz esse tipo de pergunta o faz por não ser tocado pela obra de arte. E, se é este o caso, cabe perguntar se a razão dessa incomunicabilidade se deve à pessoa ou à obra. Por exemplo, se você entra numa sala de exposições e o que vê são alguns fragmentos de carvão colocados no chão formando círculos ou um pedaço de papelão de dois metros de altura amarrotado tendo ao lado uma garrafa vazia, pode você manter-se indiferente àquilo e se perguntar o que levou alguém a fazê-lo. E talvez conclua que aquilo não é arte ou, se é arte, não tem razão de ser, ao menos para você. Na verdade, a arte – em si – não serve para nada.
Claro, a arte dos vitrais servia para acentuar atmosfera mística das igrejas e os afrescos as decoravam como também aos palácios. Mas não residia nesta função a razão fundamental dessas obras e, sim, na sua capacidade de deslumbrar e comover as pessoas. Portanto, se me perguntam para que serve a arte, respondo: para tornar o mundo mais belo, mais comovente e mais humano.



*Ferreira Gullar é cronista, ensaísta, teatrólogo, crítico de arte e um dos maiores poetas brasileiros. O maranhense é autor de livros como Poema Sujo e Dentro da Noite Veloz, e de ensaios como Vanguarda e Subdesenvolvimento e Argumentação Contra a Morte da Arte.








Goya.

Quando se trata de Francisco Goya y Lucientes é impossível ficar indiferente frente à sua obra. Seu trabalho artístico contribuiu para que se registrasse a história da Espanha durante meados do século XVIII ressaltando um conhecimento profundo da natureza dos sentimentos e das idéias de justiça, como da também da injustiça e da crueldade.

Devido a uma doença contraída no início de 1790, ficou temporariamente paralítico, parcialmente cego e totalmente surdo. A alegria desapareceu lentamente de suas pinturas, as cores se tornaram mais escuras e seu modo de pintar ficou mais livre e expressivo. Com as guerras napoleônicas Goya tornou-se amargo, transformando a sua arte em um ataque contra a conduta insana dos seres humanos, passando a retratar a falta de sentido do sofrimento humano, tanto injusto como não merecido. 

O sofrimento tornou-se sua matéria prima. Pela primeira vez, a guerra foi descrita como fútil e sem glória, e pela primeira vez não havia heróis, somente assassinos e mortos.

Los Disastres de la Guerra - Goya

El Tercero de Mayo 1808 - Goya

La Carga de los Mamelucos - Goya

Durante a última parte de sua vida, Goya cobriu as paredes de sua Quinta del Sordo com as famosas "pinturas negras", as últimas e mais misteriosas de seu gênio atormentado. Umas das pinturas que mais chamam atenção é "Saturno devorando a un hijo", atualmente no Museu do Prado, é uma das pinturas mais horrendas jamais pintadas. Esta pintura constitui uma referência aos conflitos internos de Espanha, durante o reinado absolutista de Fernado VII, mas será também um reflexo da degradação da sua saúde física e mental.



Saturno devorando a un hijo (pinturas negras)


Dos viejos comiendo sopa (pinturas negras)

Las Parcas (pinturas negras)

Dicas de sites: 
- http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2007/06/12/000.htm
- http://www.vidaslusofonas.pt/francisco_de_goya.htm
- http://mafrayoga.wordpress.com/2009/08/30/francisco-goya-ilustre-pintor-nascido-em-zaragoza/

Avatar.





AVATAR é um filme escrito e dirigido por James Cameron que estreou no Brasil em dezembro de 2009 e apesar de apresentar uma temática ficcional, o filme enfatiza muitos elementos presentes em nosso cotidiano.
 Somos conduzidos a uma viagem espetacular à Pandora, lugar fictício, de atmosfera tóxica onde humanos e nativos lutam por, respectivamente, exploração e proteção de um minério poderoso. O ano é 2154, e o avatar é criado para imitar o corpo dos nativos, os chamados Na'vi. que possuem entre suas características a cor da pele azul, 3 metros de altura e um rabo. Jake Sully um paraplégico e herói da história, é escolhido para dar continuidade ao trabalho do irmão que havia morrido. O trabalho consistia exatamente em infiltrar-se entre os Na'vi, e encontrar o lugar onde estaria a maior concentração do minério raro, exatamente na Árvore da Vida. De caráter relutante, em sua primeira experiência com o avatar, Jake empolga-se com a emoção de poder andar novamente, e perde-se do grupo, no meio da floresta corre perigo e por sorte encontra uma nativa (Neytiri), ela decide deixá-lo mais ao perceber um fenômeno, ela leva Jake ao clã dos Na'vi. Desse encontro nasce uma bonita amizade, Jake é acolhido pelos Na'vi, se apaixona por Neytiri e quando se dá conta está muito envolvido com a vida em Pandora, no meio dessa guerra, chega um ponto em que Jake deve decidir de que lado esta.
O filme vai muito além dos efeitos especiais, um ponto muito enfatizado pela mídia, mas além desse atrativo, podemos estabelecer uma rede que liga presente, passado e futuro. Vivemos a complexidade de um mundo que entre suas engrenagens arrojadas estão a ambição desenfreada, o turbilhão das rápidas e acessíveis transformações tecnológicas que acabam por nos tornar marionetes e agentes de um comportamento desmedido. Acabamos tornando-nos sujeitos de uma realidade terrível: escravos da busca de tentativas em solucionar problemas que teimamos em criar e muitas vezes desnecessários.
Podemos ainda enfatizar uma comparação histórica:
1) Anacronismo: os Na'vi eram vistos como selvagens e incivilizados por viverem à sua maneira e por defenderem a natureza, bem aos moldes da colonização européia no século XVI;
2) Ambição: na história do mundo moderno a exploração das riquezas minerais de espaços geográficos considerado “inferiores” como, por exemplo, o caso das colônias de Portugal e Espanha;
3) A supremacia de uma raça: no filme temos os humanos x Na'vis, no panorama terráqueo e em termos políticos, podemos fazer uma alusão à supremacia estadunidense;
4) Preocupação com o meio ambiente: talvez, assim como os terráqueos do filme, antes de 2154 teremos que empreender um novo processo de colonização, dessa vez em planetas.

Na minha opinião o filme causa um impacto emocional, com seu caráter ecológico e político, e sutilmente tenta retratar que toda essa avalanche de tecnologia, um dia pode nos causar danos irreparáveis. A vontade é de ir embora para Pandora e viver com toda aquela exuberante biodiversidade, (e por que cargas d'água esse lugar não existe?) a sensação após assistir o filme é de como somos acomodados em relação às nossas atitudes e comportamentos! Como estamos preocupados demais com problemas muitas vezes tolos, ínfimos. Talvez, mais empenho na questão do desenvolvimento sustentável pode nos render saldos positivos, mas até lá há muito que refletir e agir. Aliado a todo esse discurso ainda encontramos uma história de amor, onde valores complexos são modificados em prol de um bem comum.
Enfim, o filme AVATAR possui além da temática abordada nesse texto, vários simbolismos podendo ser descortinada em outros pontos de vista, resumindo-se numa suposta previsão para o mundo através de uma crítica à ambição desenfreada do homem em relação à natureza ou mesmo ao feroz modelo político atual e do lamentável comportamento e descaso do ser humano frente ao conforto que tais empreendimentos podem acarretar. 

Joyce Gonçalves .

Arte na Pré-história

Embora seja chamado "Pré-história", sabemos que não existe uma fase anterior à História e sim à escrita. A arte desse período tinha caráter pragmático, ou seja, a arte produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações específicas, como a caça. Este período período pode ser dividido de forma bem simples como:


Paleolítico Inferior/Superior (Idade da Pedra Lascada)
Mesolítico
Neolítico (Idade da Pedra Polida)


No período Paleolítico Inferior o homem vive em pequenos grupos nômades; desenvolve a liguagem e passa a se comunicar; fabrica utensílios de pedra, osso,madeira; usa traje de pele para se proteger do frio. No período do Paleolítico Inferior surge a primeira tecnologia: o domínio do fogo.
No Paleolítico Superior o homem da Pré-História começa a cozinhar os alimentos, se proteger do frio, habitar as cavernas... nesse período surgem as primeiras manifestações artísticas, as chamadas pinturas rupestres, isto é, pinturas feitas em paredes de cavernas.


As pinturas são de cunho naturalistas/realistas: figuras de animais e cenas de caça. As mais famosas são as pinutas de Altamira na Espanha e Lascaux na França

Bisões Altamira/ Espanha


Detalhe das mãoes em positivo e negativo - Altamira/ Espanha

Na escultura, temos a ausência da figura masculina e a presença das vênus, que simbolizavam fertilidade e abundância.

  (Vênus de Willendorf - 25.000 a.C.- Museu de História Natural de Viena)

Os "artistas" dessa época se caracterizam como pintores-caçadores, pois estavam muito ligados à magia. As pinturas e as esculturas estavam ligados a um ritual de caça, uma espécie de culto na intenção de capturar uma boa presa. Os pintores-caçadores supunham ter poder sobre o animal desde que possuísse sua imagem, era como se ao pintar o animal na parede da caverna o homem estaria aprisionando a alma desse animal. Nesse mesmo período o homem começa a enterrar seus mortos e proteger os túmulos com pedras.


O Mesolítico, foi um período presente em algumas regiões que sofreram o efeito da glaciação (eras do gelo) são períodos de frio intenso quando a temperatura média da Terra baixa, provocando o aumento das geleiras (ou glaciares) nos polos e em zonas montanhosas, próximas às regiões de neve perpétua (que nunca derrete). Esse processo favoreceu possivelmente a migração do homem para outros continentes.


Neolítico, o homem passa a cultivar a terra e domesticar animais, a população começa a crescer e surgem as primeiras instiuições sociais: a família e a divisão do trabalho. Nesse período, ocorre também o desenvolvimento do artesanato, com a técnica de tecer panos (tecelagem) e a fabricação de cerâmicas. O homem deixar de habitar cavernas e são construídas as primeiras moradias: 

Nuragues eram habitações construídas com pedras sem o auxílio de argamassa.



Dolmens, geralmente eram duas pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra horizontalmente sobre elas, parecendo um teto.



Santuário de Stonehenge


A pintura deste período é caracterizada pelo surgimento de motivos geométricos relacionada a uma suposta evolução naturalista-realista,  típico do paleolítico, para um abstracionismo na representação das formas. Na escultura, aparecem figuras de soldados em metal e vênus em tímios movimentos:



Referência:
História da Arte, de Graça Proença/ 2005.

Tunísia, janeiro de 2011


Manifestações contra a alta inflação, desemprego e corrupção.